São Leopoldo: FALRS participa de reunião da Rede de Enfrentamento à Violência

O Fórum Aborto Legal do Rio Grande do Sul (FALRS) esteve presente na reunião da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres de São Leopoldo, realizada no dia 03 de julho. O encontro contou com a presença de representantes da rede, incluindo da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Sepom), Centro de Atendimento às Mulheres, Patrulha Maria da Penha, Ronda Lilás, Vigilância Sanitária, Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres, Ministério Público e Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres. Pelo FALRS estiveram presentes Cláudia Prates e Renata Jardim.

São Leopoldo foi a quarta cidade mais atingida pela catástrofe climática no estado. Até o momento, continuavam ativos dois espaços públicos de acolhimento que abrigavam, no total, 460 pessoas que ainda não haviam conseguido retornar para suas casas. As participantes do encontro compartilharam suas experiências, seja na linha de frente na atenção às mulheres e pessoas atingidas, seja como afetadas diretamente pelas cheias. Lilian Conceição da Silva, diretora de Prevenção à Violência da Sepom, apresentou o trabalho que vem sendo desenvolvido no apoio às mulheres, com destaque para a articulação de um espaço na Escola Superior de Teologia (EST) para acolhimento de mães solo e da elaboração de projetos de captação de recursos para a organização de lavanderias comunitárias (apresentação completa aqui). 

Na reunião também foi apresentada a Ronda Lilás, criada em abril deste ano no município, um serviço da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária. Durante a calamidade pública, a ronda seguiu acompanhando as mulheres, usando o WhatsApp como ferramenta de contato com as assistidas. 

Foi realizada a apresentação do Fórum Aborto Legal RS por Claudia e Renata. Elas ressaltaram a importância da garantia de interrupção de gravidez nos casos previstos em lei e da formação e sensibilização do conjunto da rede de atenção para o encaminhamento dos casos de violência sexual antes das 72horas, com vistas a evitar a gravidez fruto de violência sexual. Sobre a organização da atenção ao aborto legal, a coordenadora do Centro de Referência da Mulher explicou que, no município, o equipamento atende os casos de aborto legal por violência sexual e os encaminha ao Hospital Conceição, para realização do procedimento. Já a responsável pela Vigilância Sanitária trouxe o relato da importância da notificação compulsória dos agravos decorrentes de violência e da necessidade de reforço da notificação por parte das unidades de saúde. 

Ao final, o Fórum Aborto Legal foi convidado a participar de um Seminário organizado pelo Conselho da Mulher e Sepom sobre o projeto de lei nacional 1904/24 e de formação com a saúde sobre esse tema.